sábado, outubro 29, 2005


Calor infernal, ar-condicionado quebrado e apenas um ridículo ventilador soprando ar quente no meu rosto. Sim, o mesmo quarto, meus vinis espalhados por todos os cantos e muita, muita poeira nos rodapés. Olhando pro relógio, marco as horas que perco – é uma sensação de extrema inutilidade num mundo abraçado ao útil. Podia escrever alguma imagem e esperar por comentários ardentes e emocionados. Podia ler um livro ou bater cabeça com o bom e sempre rock ‘n’ roll. Porra, eu podia até mesmo sentir a dor que sinto, mas que deixo escondida num canto qualquer que trago no fingimento ocre dos meus ossos. Não! Eu não preciso de muito. Eu não preciso ir tão longe se não tenho lugar algum pra alcançar. Basta-me a espera por nada, a permanência deste estado insignificante e isento para, ao final, ser ruminado pelas multidões de rostos anônimos que residem em mim.

3 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Pelo jeito, a massa devora o rosto. Não sei se, ainda hoje, a vida das ruas se irrompe totalmente. Como todas as genuinas pessoas, antes de sairmos de casa, sempre é bom descobrir se realmente é necesséio.


.. hábraços

Cláudio B. Carlos disse...

Oi cara!
Passei por aqui para colocar a leitura em dia.

Bom fim de semana.

Abraços do CC.

Anônimo disse...

O vinil é uma marca do tempo, de um tempo em que os rostos podiam ser conhecidos. Hoje, talvez sejamos poeira em algum rodapé neste tempo em meio a uma multidão de ossos. abs.