quarta-feira, maio 16, 2012



esse deus que não existe em mim
criou-se ao meu avesso
inervado a sussurros e lamentos
desconhecendo a ternura
e temendo a solidão

esse deus que não existe em mim
pariu-se mentiras e louvor
lambuzado de fome e de ódio
atado ao rancor
pífio mesquinho vão

domingo, fevereiro 12, 2012


ao CC

I
o poeta
feito de pausa e silêncio
sobrevive de cores
ossificadas

II
estático
as devora repetidas vezes
até descobrir-se
envelhecido  

III
volta ao início de tudo
e acuado
de lá não sai
até que lhe ocupem novas paisagens