domingo, maio 23, 2010

sobras de um livro porvir

IV
.
porque a solidão que me consome
é menos destino do que músculos
e odeia a todos como quem não escapa de si
[desmundo escarrado no rosto]
temor de acabar sem ter fim
.

terça-feira, maio 11, 2010

sobras de um livro porvir



I
refugiar-me aqui
onde não há mais traços de você
e ao silêncio aferrolhar o inverno
para que o tempo recue
limpando de mim toda cicatriz


II
relembrar-me aqui
onde ainda sou você
é desmesurar o que perdoa
esqueletando o destino
para levar de mim todo sonho


III
brincar-me aqui
entre os girassóis que teus cílios plantei
é carrosselar feito criança
que descobre em seus dedos
ninharal de arco-íris

sábado, maio 01, 2010

occludo

.
mas não é tudo silêncio? os dias. os desassossegos. a terra úmida que sepultará minha incompletude. mas não é tudo um ciclo? rio onde outrora éramos memória. primavera que deserta turva-nos o poente. paragem áspera desaninhando pardais.............................

[o húmus do qual fiz meus ossos e carne..............................

gesta um amanhã atado ao que não virá]