sexta-feira, julho 15, 2005


Liquefaço-me [se a fluidez do rio me é impossível, sigo na minha reticência de homem só] Eu trago nas margens os horizontes que em ti escondias. O lodo dos meus pequenos devaneios, a cartilagem da lucidez. Atravesso meus dias conversando baixinho com o resto de luz que a tua partida congelou como se fosse aurora sufocada entre os girassóis. Eu não saberia devorar o abismo dos teus olhos. Eu não suportaria a leveza da tua indiferença. Na contramão do destino, fosse eu poeta e escreveria um fim que não empalidecesse jamais. Escaparia de te perder pra mudez do frio. O mínimo espaçamento entre desistir e seguir derrotado. Diante das imagens soltas que não consigo colar, que faço eu do teu ressoar vazio no centro de doces memórias?

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi! Nao irei escrever poesias...Nao seria tao ousada.
Prefiro apenas me alimentar das suas. Beijos