sábado, julho 30, 2005


Dói. Destrói. Amputa. Desesperança o horizonte. Estrangula a canção antes que a alma possa saber. O inferno, a derrota, a inquietude de ser um bosta entre todos os demais. Esmigalha o coração feito hóstia nas mãos de um padre manchado de culpa. Revira o que possui feito maltrapilho fudido e morto de abandono a fartar-se de lixo [míseros vestígios desse amor cianótico] Há uma rua estreita em algum lugar da memória – o cheiro da chuva colorirá a dor que fica. Há um terno de estrelas morrendo no ontem por vir – serão cadentes, é preciso alimentar os sonhos até lá. Apaga teus olhos dos meus. Retira teus pulsos das minhas veias. Desfaz as linhas que nas minhas mãos você semeou. Somos cicatrizes umedecias. As palavras que me tomam não andam nas tuas ruas – as tempestades que me lavam feito anjo cego nunca te alcançarão. Já é tarde demais, nosso passado tornou-se maior que o futuro. Quando respiramos, num único suspiro foge-nos o ar.

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