domingo, março 12, 2006



Vento,
Escuto teus deuses no meu peito
E mesmo assim estou só.

Vento,
Assobias meu destino nas janelas
Mas eu não sei escutar.

Vento,
Leva minhas dores embora
Que eu juro nunca mais sonhar.

Vento,
És quem escapa pelas ruas estreitas da minha cidade
És quem adormece nas velhas mangueiras da minha cidade
És quem sobrevive aos olhos esquecidos da minha cidade

Vento,
Acolhe na tua grandeza embravecida
O meu império de um só
E crava no teu silêncio sem peso
As manchas da minha alma errante

Vento,
Ouve meus cantos
Aninha minhas preces
Que eu te ensino a ser criança
Que eu te ensino a cirandar

6 comentários:

m.t. disse...

[Vento, rajada
Quando sopra
Bate nos cabelos
E arrepia os pêlos
E esfria o corpo
mas aquece a alma]


És belo, como sempre!

Cláudio B. Carlos disse...

Oi!

Abraços do *CC*

Anônimo disse...

quem ama nunca está só...quem tem essa chama, nunca está só...quem sabe ouvir o vento, nunca está só. Tu poeta, nunca estás só, pois que tens tua poesia!
abraço forte
teresa

Anônimo disse...

o vento é ciranda...leva o velho tras o novo... tras o velho de novo... e de novo e de novo...
um beijo

Claudio Eugenio Luz disse...

Mais uma vez, lidando com as palavras em ritmo e forma de ode. Um excelente elogio aos deuses.

hábraços

claudio

Lua em Libra disse...

O vento
das cirandas
das ladainhas levadas
(ventadas?) ao longe
- profissão de fé
dos insensatos -.
Redemoinham as palavras
e eu penso
num vento norte.
Sorte
é se deixar levar.

Abraço, poeta dos ventos desta cidade que um dia conhecerei.