sexta-feira, março 31, 2006


Lamparina sobre a mesa
uma das crianças está calada
observando
os movimentos
e o silêncio
que fica pra trás
quando a noite avança
na ânsia de mais uma aurora
por chegar.

No fundo das gavetas
na tessitura do quarto
as noites antigas
ainda dançam
sobrevivem aos tique-taques
e às penosas mudanças
que chegam com as estações
o frio
a secura
o calor
a umidade
a permanecer ali
enquanto a lamparina
sustenta promessas
e preces
diante da criança
calada
e triste
com um resto
de horizonte
nas mãos.

8 comentários:

Cláudio B. Carlos disse...

Oi Douglas!

Belo poema.

Anônimo disse...

...lamparina que substitui a luz do sol quando anoitece! E a criança desperta...
Fica um beijo

Claudio Eugenio Luz disse...

Com um resto de horizonte na mão... fecho muito bem descrito para esperanças que teimam em cair na escuridão.

hábraços

claudio

Anônimo disse...

'...com um resto de horizonte na mão...'
Q SERIAM DE NÓS SE NÃO EXISTISSE A ESPERANÇA.
primeira vez aki, gostei !

[jb] jotabê disse...

lamparina

me lembra o tempo que nao existia internet e acampava despreocupado às margens de um rio, aguardando ansiosamente o nascer do sol

abraço


[jb]

Anônimo disse...

saudade daqui... essa luz escura.
e bela..
um beijo

Anônimo disse...

Há tempos não vinha. Li tudo num fôlego só. Bom demais.

Lua em Libra disse...

Lia - lamparina e horizonte - de forma menina, contempla.

Abraços, poeta.