sexta-feira, março 06, 2009


I

contenho a perda de mim
atravessado pela febre gaguejante
dos cimos nus ao meu redor

II

mortos pai e mãe escapo-me filho
sou um barbante enrolado
no dedo magrelo de deus

III

despertos medo e ternura avanço-me resto
sou o risível costurado ao perdão
que jaz estampado nos olhos de deus

4 comentários:

Anônimo disse...

Gostei um tanto da ideia de ser um barbante nos dedos de deus. Tão frágil, a situação, e tão manipuladora ao mesmo tempo.

Um abraço.

Cláudio B. Carlos disse...

Muito bom. Mesmo.

mariab disse...

não somos mais que isso, de facto.~
muito belas, as palavras. beijos

dani carrara disse...

bonito

na falta de textos de 2011, leio os antigos, sempre lindo aqui.