terça-feira, janeiro 06, 2009


in memoriam

celebro-te
não nestas noites povoadas por medos
que me impedem o sono
e só abandonam-me ao amanhecer
porque assim o querem
porque assim voltarão

celebro-te
não com estes olhos cansados
que me turvam os horizontes
e devoram-me naquilo que falta
porque assim os fiz
porque assim cri

celebro-te
na criança que sobreviveu ao homem
nos sonhos que brincam de chuva
nas aquarelas que cirandam memórias
nos girassóis que alvorecem poesia
no teu amor que eu sei logo mais virá

mãe.

7 comentários:

Anônimo disse...

sempre vem e sempre virá...

Cláudio B. Carlos disse...

Belo. Triste.

Ana M disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
delusions disse...

que homenagem doce e bela...




(bom ano...)

Anônimo disse...

Gostei bastante... saltou-me aos olhos: ... nas aquarelas que cirandam memórias... Show! Abraço!

Butterfly disse...

a crianca que sobreviveu em mim
grita desesperada
sonhando em rever a luz

mas da cadeia onde se encontra
nao consigo liberta-la
pois perdi a chave...

Angela disse...

Se a criança persiste, a mãe ainda existe, sempre, mesmo que não.
vc. sempre me deixa comovida!