
busco a esperança
sem que ninguém compreenda
a dor que me escava
os temores que me consomem
o silêncio que não me abandona
a demência enfurecida
que costura meus sonhos
ao avesso
busco-a madrugadas afora
entre memórias e escombros
até que sombras recaiam
sobre meus ombros fustigados
lançando-me de volta ao início
margeado pela confusão de quem
regressa carregando um cadáver
dentro de si