sexta-feira, janeiro 14, 2005

Estranho. Nada faz o silêncio calar. O vazio ecoa pela sala. Nas molduras. No abajur sobre a velha escrivaninha. Nas portas trancadas. Nos cantos dos rodapés – não há sequer um rastro de poeira. [ esta maldita limpeza sufocante está espalhada por todo lugar.] Você ainda acredita? Na última vez que te vi parecias mais jovem. A luz da manhã não incomodava teus olhos. Tinhas mãos sem destino e um sabor selvagem no coração. O que mais posso lhe dizer? Se meus ossos estão frágeis de frio. Se minhas amarguras caducam sem fim. Se meus sonhos guardaram distância. [ Escorre ao longo da aurora um fio de esperança – a crueza da solidão apossada do tempo. ]

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