sexta-feira, abril 10, 2009

era feita de carne e osso não era esse arremedo de mulher escondido sob tanta amargura desconfiança melancolia e desamor que pune a si ao enumerar forçosamente cada detalhe da madrugada onde tudo começou [aje desta maneira todos os dias exceto aos domingos quando finge estar em paz] porque não pode esquecer primeiro ter escutado o barulho de passos encurtando a distância entre os quartos seguido pelo ranger da porta que espantou pra sempre o seu anjo da guarda [por isso mais ninguém ouviu aquele sussurro ordenando que ficasse bem quietinha] e assim ficou a madrugada inteira sem saber que outras madrugadas ainda viriam deixando pra trás um silêncio sem nome [de lá pra cá perdeu a conta de quantos consigo deitaram fantasmas que foram] sabe apenas que nenhum será tão sujo mentiroso e assustador porque aquelas mãos a conheciam desde criancinha [e se antes aqueles abraços traziam proteção e segurança hoje são abismos de onde não saberia mais voltar]

4 comentários:

clarice ge disse...

os fantasmas do mal não desistem de ser lembrados, ecoam na alma, adoecem o espírito, maculam a inocência...

Butterfly disse...

estou encontrando meu velho eu novamente...
estas bem?

Angela disse...

Triste, real e, infelizmente, tão comum! O fato, não tuas palavras, talvez nem que desejassem conseguissem ser alguma coisa comum!

Anônimo disse...

Menino,............
No Brasil ou no exterior, continuas sem igual. Lindo e dolorido, ácido e curativo.
Sempre muito prazer em te ver

Minuciosa