terça-feira, agosto 28, 2007


pra amanda raña
(há um mundo de mim nisso tudo)


esvaziaram todas as vozes
antes de o silêncio poder ocupar
o medo que fervilha bem no fundo
da minha cabeça

inquietando-me
lançando-me às ruas
calçando-me os pés
com sapatos apertados
que não sabem dançar

por isso prescrevem remédios
por isso roubam meus precipícios
por isso sentenciam meu destino
deixando-me terrivelmente só
quando partem antes do alvorecer
e ocultando o lugar de onde vieram
indiferentes, sequer olham para trás

5 comentários:

Maria disse...

Precipícios e poços...Enlevos na poesia !!! Beijo

Tempestades Internas disse...

"Solidão, fervilhar de cérebros...." .Remédios e precipícios. Linda poesia!!Abraço

Anônimo disse...

Nem tenho o que dizer.
Melhor ficar em silêncio lendo de novo.
Beijo.

[jb] jotabê disse...

sempre que passo por aqui, me desespero e, paradoxalmente, me sinto mais infinito que nunca.

abraços

Fran Rebelatto disse...

E nos fazem acreditar que somos loucos, mas que bom que podemos viver com intensidade e com dúvidas as coisas, não é!!!

Muito linda esta foto, e muita coisa tem ela a dizer, assim como tuas palavras muito bem colocadas diante de tal cena...

Beijos, cuide-se!!!