terça-feira, maio 16, 2006


acredita nas mãos que oram
– deus está aqui –
a fé é menor que o medo da morte
– o menino permanece sentado na cadeira de balanço –
os choros agora estão mais altos
– pressente que alguém tocará nos seus ombros e dirá que tudo terminou –
havia um cheiro de dor ganhando vida nas paredes do quarto
– no seu faz-de-conta esse dia não chegaria jamais –
o lar agora estava incompleto
– todas as brincadeiras entristeceram –
os sonhos não deveriam ter fim
– o futuro agoniza intercalado aos lamentos –
pequenos somos diante da perda
– a permanência nos afoga em certezas –
traga um adeus que seja frágil
– ainda sou teu filhinho nas minhas memórias –

4 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Poema duplo: nas lembranças, nas perdas, nas tristezas sem fim.

hábraços

Rubens da Cunha disse...

a duplicidade, o diálogo entre os versos, está muito bom.
eu também quero um adeus que seja frágil.
abraços
rubens

Anônimo disse...

"um adeus que seja frágil"

excelente. já posso dormir sossegado...

(hoje)


[jb]

Anônimo disse...

...que seja frágil tudo o que a vida tem de díficil...
Belo poema a 4 mãos! Bom ver que voltaste, meu poeta querido!
Beijos