segunda-feira, outubro 06, 2008

"prelúdio ao homem de palha". (não-livro) tomo I


amentia

sou meu próprio sumo. nasci de minhas entranhas, antes da luz e do verbo. na palma das mãos cicatrizei o fim de cada estação, ritual amortalhado ao qual chamei destino. desnudo o tempo, apenas a solidão do meu grito me habitava. nem sonhos ou preces, estrelas cadentes ou cantigas, nada, nada havia ao meu redor. por isso fui sementeira e da terra úmida fiz brotar os filhos que hoje renegam minha imagem. por eles criei-me enfermo de toda verdade. por eles aglutinei-me ao silêncio, larva que me infesta a razão. e quis meus olhos avessos à luz. e quis-me refúgio de loucos e pedintes. mas essa multidão nascida de mim, essa horda de homens cambaleantes e vis, zombou, descreu, enlameou o meu nome. porque fracos, porque vãos, porque erros, um após o outro, ruirão. e ao caírem de joelhos, terá chegado a minha hora. sou a única morada, o verdadeiro caminho. a redenção.

8 comentários:

Anônimo disse...

:~

V. disse...

nunca sei ond vc está, nem como chegou-se a mim.

mas te reindico o caminho possível.

visite-me, pareço infindável naquela biblioteca d absurdos...

talvez por isso teço RESENHAS.

talvez por isso sinto-me tentado a resenhar-te tb. mas antes preciso q exista o "homem-palha" q reinventas.

(ou eu daria um prelúdio animado d vida a ele?...)

há braços.

Iara Maria Carvalho disse...

menino, sua palavra me chega com sabor de fogo. de jogo.

abraços poéticos!

[jb] jotabê disse...

tá muito bom isso.
mas jogaria as vírgulas no lixo.

sds

Josely Bittencourt disse...

Ei Douglas,

agradeço a visita. Uau, quantos blogs!Começo meu passeio por este. E volte sim, volto logo.

:*

Luciana Marinho disse...

aqueles cílios perdidos nos armários da alma para o olho não abrir. e enxergar assim como um grito pregado em todas as paisagens, engolindo toda a atmosfera do medo.

Anônimo disse...

gostei da idéia das letras minúsculas, muito bom.

moara.

Anônimo disse...

dedê, aqui não é lugar ou jeito apropriado, mas preciso lhe dizer que tenho começado a terminar; que o cinza, ou o canto do menino sujo de tinta já não é mais o lugar em que desvario; que aquele menino cresceu, adquiriu mazelas de gente (grande) da cidade e hoje se esvai e se esquece. na outra semana o espaço minguou e se apagou praticamente sozinho. eu permanecerei ainda um pouco no mensageiro instantâneo antesdofim@hotmail. questão de tempo até isso se dissipar também. saiba que você sempre se me apresentará em belas lembranças inventadas: elas mudas e monocromáticas qual sempre fomos. e que seu nome estará no rótulo de minha nostalgia. ele com certeza será lido por meus algozes e afins quando de minha decrepitude. p.s: favor promover atualização da seção *comunhão* considerando meu fim.