meus demônios
os que estão aqui
fragmentam a noite
correndo em círculos
ou simplesmente
parando diante de mim
meus demônios
os que estão aqui
ruminam a felicidade
brincando de nada
ou mansamente
apostando em quem viverá
DEUS
há portas que eu não deveria ter atravessado
o caminho de fé que segui deveria ter sido murado
palavras que cometi, cores que respinguei, sonhos que acreditei
as tuas mãos suportando meus medos, eu não deveria tê-las permitido
meus demônios
os que estão aqui
dissecam a esperança
apostando nos homens
ou cinicamente
sorrindo pelas minhas costas
meus demônios
os que estão aqui
abortam a alvorada
cultivando-nos as virtudes
ou sabiamente
protegendo em si os pecados
DEUS
há certezas que eu não deveria ter provado
a retidão que no corpo atestei deveria ter sido cuspida
parcimônias que assegurei, caridades que semeei, sorrisos que ilustrei
os teus anjos protegendo o meu destino, eu não deveria tê-los admitido
(Que venha dois mil e sete.
Aos seus doze meses
sobreviveremos
como quem salta
outro abismo, sem pedir perdão.)
7 comentários:
é isso aí: sem pedir perdão.
que pelo menos, os demônios nos aliviem um pouco o peso sobre os pulmões e nos deixem respirar melhor. Espero mas não acredito muito nisso. :)
rubens -
que os nossos próprios demônios tirem férias, bem longe!!!
Beijo
E veio 2007. Seus demônios, admitidos ou não, sobreviverão. E até DEUS.
Abraço, poeta.
Opa!
FELIZ 2007!
*CC*
Assim, espero! Que saltemos sem pedir perdão , nem a nós mesmos. Sem medo, sem senão. Que a vida se renda e seja nossa, porque seremos dela. Grande 2007 para vc!!
Me lembrou Nietzsche "...o homem é uma ponte estendida sobre o abismo entre o animal e o super-homem...". A-do-rei tuas palavras !!!
D, além de números: dias novos esperando-te! Parabéns, segues encantando...
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