quinta-feira, agosto 25, 2005


A cor das nuvens misturando sons e formas dentro dos olhos do menino. Crescia o sorriso a cada gota de chuva que descia pelos telhados das velhas casas portuguesas [ao tocarem o chão, marcando a terra, logo viravam rios – lembranças de quando costumava mudar o curso da chuva, havia sempre um jeito de desaguar no mar] Nas tardes, árvores e ninhos de pássaros acolhiam todos os medos [virar gente grande e triste, esquecer as brincadeiras no fundo do quintal] Era aí que o calor de mãe se fazia mais intenso e, outra vez, mergulhado em fantasia, o menino sorria. Ouve o murmúrio das folhas caídas. Ouve a candura das cigarras poentes. Pequenos toques feitos de nunca mais. Quanto tempo, quanto tempo faz? Houve um dia, o menino. Memórias escritas em azul. Sob a pele, os nervos desnudando a solidão.

7 comentários:

Anônimo disse...

Tanta melancolia alojada num texto só, só poderia traduzir-se em beleza. Gostei muito, na primeira visita.

Saudações

Anônimo disse...

Docemente saudoso e beleo. Vim retribuir a visita, mas gostei tanto que vou logo avisando: voltarei sempre. ;)

Um beijo,

Márcia

mudança de ventos, tábua de marés e alfabeto.

Anônimo disse...

"Oh! meu céu de primavera! / Que doce a vida nao era / Nessa risonha manhã!"

Anônimo disse...

Como se atreve a soprar como um tufão os sentimentos caídos pelo chão...? Você causa um turbilhão de emoções dentro da gente! Obrigada! Bjs

Fernando Palma disse...

Ola Douglas!
Descobri seu blog por uma amiga-Daniela- e gostei bastante. Já guardei seu endereço aqui para voltar e ler um pouco mais. Abraço.

Lucinha Horta disse...

Suas bolhas de sabão foram parar no DiLUA...

Anônimo disse...

Quem é você, que entende tanto de melancolia e saudade? Isso se supera?