sábado, janeiro 15, 2005

A solidão resvalou nos seus olhos. Imagem única que iria guardar em silêncio. [o silêncio é bom guardador de segredos.] Tuas mãos tenras não tinham a quem acenar. Não havia horizonte naquela tarde com restos de azul. Esperava por estrelas cadentes [era por todos sabido que aquele homem sisudo tinha um pedido há muito empoeirado.] A quietude ritmada. O abismo de si pulsando desesperadamente. As horas rabiscando girassóis na tela dos sonhos desfeitos. Blasfêmias. Maledicências. O completo descontrole. Mas não há movimento. Não mais. Só uma repetição de imagens e memórias inventadas – inveto memórias quando alcanço o centro da solidão.] Lentamente, foi descobrindo que a dor aumenta quando a aurora respinga amargura, distância e esperança. Já era tarde quando nos músculos foi-lhe enervada a insensatez do luar.

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