sábado, julho 02, 2005

Desperdício sob a forma de palavras recorrentes, num ir e vir previsível [Auroras e girassóis. Dor e lamentos. Quartos vazios e desesperança. Azul e solidão] Se traço meu horizonte encorpando rascunhos, é porque me falta a precisão dos desalmados. A mim não coube a lucidez dos portos desabitados, nem a esplendorosa fragilidade do canto das cigarras. Quando as estrelas rasgam a noite em dois, lembro das sombras que desenhavam bichinhos na parede da minha infância – eu não sei mais como ser assim, simples. Estou diante do medo que me paralisa [esqueci as preces antes mesmo de aprende-las] Na sarjeta dos meus vícios, escrevo teu nome pra batizar minha alma insone e embriagada – num compasso esquizóide reinvento as profecias dum anjo louco qualquer.

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