Estranhos sentimentos delimitam tuas palavras escritas em sangue– carcaça fincada na superfície da indolência. Um passo desritmado e você já não mais ocupa o centro do universo – são os olhares do medo escrevendo destinos banguelas. Há rispidez nas rimas. Há amor excedendo a conta. Há páginas amarelecidas implorando presença. Há sons. Há meios. Há um quadro pendurado na parede do meu quarto, esbanjando lucidez. Há desistência na fuga. Há senilidade na paixão. Há veias entupidas, músculos destonificados, roupas desabitadas e o cheiro de tudo guardado na memória. Dói fundo a perda do que não mais posso sentir. Há luz demais neste fim de tarde agonizando vertigens.
quarta-feira, junho 29, 2005
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