Frio. Minhas entranhas vão sendo invadidas por dedos magricelos e envelhecidos. Das paredes, caem retratos esquecidos, atados ao tempo por intervalos anêmicos – os ossos guardam segredos, a alma estabelece limites, a dor estanca horizontes, o azul ecoa a perda [tudo que não está presente e se recusa a partir]. No ciclo marcado pelo soluçar com cheiro de quarto vazio, estão as memórias enfileiradas e postas sobre a mesa de jantar – não há talheres nesse banquete feito para um homem só, nem sobras ou esperança capazes de nutrir o amanhecer que decai envolvido por uma calma secular
quarta-feira, maio 04, 2005
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