I
meus demônios tem medo
vasculham-me as madrugadas
sempre aos pares, cuidadosamente
[indefesos]
roubam meu sono
[incompreendidos]
agarram-se ao fio de esperança que resiste em mim
II
esses demônios, medrosos
sobrevivem ao tempo que me curva as costas
e porque eternos
não desabrigam meu peito
Um comentário:
"sobras de um (vulgo) olhar."
sobras poéticas as suas
um beijo.
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