sábado, dezembro 25, 2004

Quando a dor deveria te invadir, mas não invade. A perda fica calada. As lágrimas. O rosto. As mãos. Tudo em silêncio, profundo silêncio. Escondidas, as auroras parecem definhar...os passos largos do tempo escrevendo suas marcas. Do alto, tudo parece vertigem. Quando tocas o chão, o que te falta, embrutece. Acolhe teus medos! [ A eternidade perece. As certezas são devoradas num único lampejo. ] Ali, no frio, não há mais sopro de nada. Repousa as moedas de prata sobre os olhos. Aproxima-te pela última vez. Guarda o cheiro, as imagens, a textura. Envolve num único abraço a quem tanto amas. Toda a ausência que te cresce por dentro. O que acabou. A última impressão que a tua íris sonha jamais apagar.

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