mamãe morreu aos trinta e três anos
e eu ainda vivia-me infância
quando vi meus brinquedos entristecerem
porque eu não conseguiria mais brincá-los
mamãe morreu num abril distante
fazia uma tarde cinzenta
que logo virou chuva forte
o que alguém disse serem anjos chorando
mamãe morreu em silêncio
deitada em sua cama
no quarto que tanto me faz falta
pois não mais tenho um lugar chamado casa
mamãe morreu uma morte arrastada
que sobre ela voraz debruçou-se
sem deixá-la futuro algum
embora dissessem que deus por ela esperava
mamãe morreu faz tanto tempo
que sua voz de mim parece fugir
também seus olhos castanhos e tenros
nos quais menino feliz eu me via
mamãe morreu e eu não disse adeus
mamãe morreu e eu não soube chorar
mamãe morreu e eu enterrei tantos sonhos
e ainda hoje pergunto onde deus poderia estar
e eu ainda vivia-me infância
quando vi meus brinquedos entristecerem
porque eu não conseguiria mais brincá-los
mamãe morreu num abril distante
fazia uma tarde cinzenta
que logo virou chuva forte
o que alguém disse serem anjos chorando
mamãe morreu em silêncio
deitada em sua cama
no quarto que tanto me faz falta
pois não mais tenho um lugar chamado casa
mamãe morreu uma morte arrastada
que sobre ela voraz debruçou-se
sem deixá-la futuro algum
embora dissessem que deus por ela esperava
mamãe morreu faz tanto tempo
que sua voz de mim parece fugir
também seus olhos castanhos e tenros
nos quais menino feliz eu me via
mamãe morreu e eu não disse adeus
mamãe morreu e eu não soube chorar
mamãe morreu e eu enterrei tantos sonhos
e ainda hoje pergunto onde deus poderia estar
5 comentários:
as perdas deixam feridas que não cicatrizam, viram vazios para sempre. nada a fazer senão seguir em frente, acariciando lembranças. deus... deve estar em boa companhia...
a orfandade é triste em qualquer tempo. tua orfandade tão menino me causa muita tristeza.
carinhos Douglas
existe possibilidade de "ler" este livro?
troque o primeiro verso para "mamãe morreu aos trinta e um anos" e teria eu podido escrever este poema... abraço.
Estou por aqui.
Vou lendo seus poemas.
Gostei deles. Gostei do teu jeito de dizer as coisas. As coisas querem ser ditas, mas traduzí-las é um desafio. Gostei do modo com que falas.
Vale destacar: quantos há em mim, meus mortos, outra noite.
Vou por aí.
Abraço.
poema belo. obrigada.
Postar um comentário