o céu
já não alcança a encosta do mar
murmurou o ancião dos ombros caídos
ao afastar-se da multidão assombrada
daquela cidade nascida no meio do nada
(veio tempestade
prenúncio de centenas de línguas partidas pelo ódio
e inundadas pela fome das palavras-ruídos
que aos homens desfeitos sob a imagem de anjos
imprimiu a marca irrevogável do medo)
3 comentários:
Porque o medo é parceiro do silêncio, quando o desejo ainda não emite ruidos e porque (sabemos!) as línguas cicatrizam após as tempestades...
Sempre gosto de vir aqui.
Esses versos têm cor, textura, peso e saliência de pedra, não sei porquê. Adoro tuas imagens.
os homens comungam o ódio. ódio é uma arma letal. num mundo de cabeça pra baixo até deus fica irado.
Postar um comentário