o que hoje ouvimos em ti, antes chamaríamos vida? frágil, feito gotas de chuva descendo pelo telhado. cansado, feito amanhecer que desconhece o orvalho. antes, quarto algum acomodaria tua felicidade, escrita em desespero e embriaguez? não havia arrependimento ou culpa e isso te fazia sorrir como jamais sorriria alguém. por que então aqui estás, apequenado diante desse deus a quem não davas atenção? tuas palavras não tinham contornos e revelavam de ti o sombrear da lucidez. tua loucura atravessou a alma dos homens e alcançou a infância por eles deixada pra trás. sabias o nome dos que amavas, não eras esse trapo desmemoriado que mija em si mesmo, mal sabendo a quem chamar quando a dor é insuportável. é o que resta. é o que fica. tuas mãos ossudas e pálidas. teus olhos vazios e fixos. e os teus cabelos...como são belos os teus cabelos quando refletem os primeiro raios do sol.
quinta-feira, janeiro 17, 2008
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7 comentários:
bonito...
tem um meme pra vc no sementeira...
e um abraço aqui, pela beleza das palavras tuas!
esta prosa me faz refletir mais ainda sobre "religião"...
veja-se la
Venho aqui e te releio. Não sei se me espanto
ou me identifico.
Tenho também destas
loucuras
por vezes.
Abraço de quem retoma o verbo, poeta. E de quem gosta de ressuscitar te lendo.
Cecilia
Putaqueopariu!
*CC*
"Como são belos os teus cabelos quando refletem os primeiros raios de sol." - QUe imagem singela e bonita!
Obrigada pela visita! Apareça sempre que puder e quiser. Estou passeando pelos seus outros blogs, porque só conhecia o "eu, espantalho". Mas são todos lindos!
Beijos.
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