[Você é capaz de contar as horas que faltam para o próximo amanhecer sem que o peso do olhar divino não assole as tuas certezas de giz? Você consegue dormir em paz sabendo que existem anjos vigiando teus sonhos, prontos a te abraçar quando você menos espera? Quando o escárnio retornar à tua boca e você já não tiver mais forças para vomitar, quem saberá do seu destino? Ajoelha-te em sinal de respeito e silencia o que te traz alegria. Este é o preço reservado àquele que se aventurou a sonhar.]
branco
é dor gotejada
ruído estrangulado
aproximando medo e solidão
do que preservas da esperança
deixando teu corpo mais sensível
às ilusões de preces adoecidas
branco
é pesar anunciado
deus esquelético
escolhendo formas e datas
pra levar antes de ti aqueles que amas
deixando teus olhos marejados
às sobras duma fé carcomida
10 comentários:
Ajoelho e sonho.
Ever.
A lousa em minha retina, agradece suas alvas letras.
branco...meu comentário.
Sonhar vale qualquer preço.
Está excelente este teu poema branco. O desenho, o ritmo. Me encantei muito. Mesmo.
[]´s!
[dizem que a cor do medo é branca. branco cor de gesso]
.
[e os anjos que cor eles têm?]
.
[a pureza não tem relação com os anjos - ele diz - por isso eles não são brancos]
.
[o medo é puro?]
.
[é. quando se está com medo não se pensa em outra coisa]
.
[e o amor? também é branco?]
.
[não. o amor tem cor de memória]
.
[como é "cor de memória"?]
.
[feche os olhos e rememore algo há muito perdido. é essa cor. cor de dia nublado, desses que o céu e o mar têm a mesma cor. cor de sonhos. eu pelo menos, nunca sonho colorido]
Teu olhar…
Assustador.
Serão as olheiras que os anos delinearam em teu rosto?
Será à distância do tempo?
Serão os sonhos vividos?
Ou será o branco que perdeu a luz?
Ainda se lembra de que é feito o branco?
Parece que esqueceu...
Pena...
Ah... Todos esses anos...
O que te fizeram menino?
O que tem feito?
Mesmo que Deus leve a todos,
Sempre haverá anjos dispostos a limpar teu vômito
E mesmo que tua miopia não o deixe olhar as cores em velocidade
Não feche os olhos,
Não apague a luz.
EU SOU DAQUELAS QUE SONHA OU DÓI...
BEIJO
Sou uma caricatura de mulher.
Nas madrugadas, enfeitada de estrelas, na cara dos deuses gargalho insolente, deslizo por arco-íris adocicados. Criança grande, na mais crua insensatez danço ao som de músicas pervertidas, perco a cabeça na esperança de que estes instantes durem para sempre.
Ao amanhecer, o caleidoscópio mágico da vida surpreende-me esboço de feminilidade, frágil marionete explodindo turbilhões de lágrimas, carência e desamor.
...ah, tuas palavras...o vício que me corroe a alma...
Douglas, sempre passo pelos seus blogues... leio e vou embora "atortuado" com tanta coisa... não saio incólume - e esse incômodo é bom.
Hoje, antes de seguir viagem virtual pelos outros sítios, dei meia volta até aqui...
Abraços!
oi, douglas...passei por aqui passo sempre: gosto de te ler
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