quarta-feira, julho 12, 2006


Morte. Estava mesmo debruçado sobre as marcas que dela ficam em nós(a imagem que aqui postei domingo passado trazia tais marcas na pele). Morte. Por mais que eu escreva todos os meus fantasmas, eles permanecem. Morte. confesso ter medo[seria um silêncio ininterrupto que não permitiria espaço para mais nada?] Hoje soube da morte do Syd Barrett – um cara que marca a minha vida. Louco é perceber que um dos meus primeiros blogs destripava sons, e que a única postagem dele foi justo sobre o Syd. Vomitei algumas imagens agora e postarei-as aqui. Outras, têm mais a cara dos outros blogs – deverão por lá aparecer. No eu, espantalho, certamente – o espantalho em mim traz coisas do scarecrow do Syd, lá do primeiro disco do Floyd. Há pouco, conversei ao telefone com um amigo meu, o Marco. Na verdade, ele mais berrava insanidades que conversava. E foi assim, insanos, que um dia, bem moleques ainda, descobrimos os mundos trazidos pelas gargalhadas do Madcap. O silêncio chegou. Saibamos escutar.
pro syd



espere mais um pouco
eu ainda tenho pedaços de
sonhos
para te entregar
e o sol parece
gostar de nós
não peço que fiques
pois sei que tens outros
mundos
para pintar de azul
e as tuas mãos já não
escondem
o peso de estar vivo
quando o que mais desejas
é sair de ti e acordar
fora de tudo
com os olhos longe do chão
livre daqui
livre daqui
livre daqui
Isn't it good to be lost in the wood
isn't it bad so quiet there, in the wood

8 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Não sabia da história, aguçou-me a curiosidade. Tens, no poema, a força tragica daqueles que procuram uma saída.

hábraços

Anônimo disse...

Não tenhas medo de uma coisa inevitável, Douglas. Há muitas mortes nesta vida, muito mais temíveis que a morte definitiva.
Beijo-te, amigo!

Unknown disse...

Ouvir o silencio é dom pra poucos.

m.t. disse...

Com todo sentimento que bem no fundo toca o coração; quando a morte o habita, o silêncio invade, e assim o devemos escutar - tanto o pulsar, quanto o silêncio.

beijo!

Anônimo disse...

, doi perder alguém. quando morre ou não.

|abraços meus|

Edilson Pantoja disse...

A morte, sabes, é nossa desde que nascemos. E no entanto, ainda e sempre, nos deixa mal. Abraço!

Cristiano Contreiras disse...

Você agride com sutileza!
e isso é compensador.

Anônimo disse...

É o que mais preciso: escutar o silêncio!