domingo, abril 09, 2006
- Por que você jogou todos os nossos brinquedos fora? Você sempre soube que eles guardam memórias. Agora, como iremos lembrar?
- O que deveríamos lembrar? A chuva nunca mais será a mesma, você não percebe? A morte tocou as paredes do quarto e nada mais importa. Está tudo enterrado, com a nossa mãe.
- Mas você sabia, as memórias velam os sorrisos. A infância sem sorrisos nos envelhece. Quem seremos nós?
- O silêncio está aqui. A dor passará. Minhas mãos escreverão girassóis, você precisa acreditar.
- Creio nas manhãs quando são azuis.
- As manhãs azuis estão seladas.
- Creio na benção de deus e nos meus anjos-de-guarda.
- É o silêncio que está aqui.
- Você canta uma cantiga e me faz dormir?
- E depois, quem me ninará?
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8 comentários:
lindo, Douglas. A esperança no amanhã é o que importa, pois que o passado é morte e o futuro é vida!
Beijos
O silêncio que nos expulsa. O silêncio que já nao cabe em nós.
é por isso que sempre penso: guarde suas lembranças.
hábraços
claudio
Sentia falta da tua sens´vel escrita, Douglas. Texto maravilhoso, e me faz voltar ao silêncio e à memporia. Abraços.
boa escrita, como sempre, né douglas?:)
*
O silêncio embala o sono dos vivos.
Feliz Páscoa, ótimo feriado.
o que faço eu sem brinquedos?
sem domingos
sem manhãs
sem palavras ?
dá para vomitar a vida?
abraços
[jb]
Lembranças... boas metáforas! Um grande abraço
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