Setembro desperta uma lenta espera que tritura o amor antes mesmo da felicidade alcançar o esôfago. Por dentro das vértebras já de todo fragilizadas pelo tempo circulam verdades fiéis à terra e encharcadas pelo azul amordaçado do mar. Setembro nos tranca em nós mesmos e desenha em nossas mãos uma única linha sustentada pelo silêncio – portal dum entardecer nublado a nos aproximar daquilo que o tempo leva das nossas vidas. A primavera corrompida pela crença. A primavera rascunhada na pele. A primavera caindo em desgraça. A primavera sepultando sonhos – com seus dedos de relva e nos olhando do alto, quebra ao meio nossas memórias como se fossem palitos de fósforo, roubando a luz destas entristecidas tardes poentes.
segunda-feira, outubro 17, 2005
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6 comentários:
Setembro tb me fez gato e sapato das minhas vontades.
Nenhuma foi levada em consideração...
Bjo!
Setembro já era. E ainda é primavera...Abs.
O outono e o inverno são fantásticos, eles germinam, e vão colorir a primavera, que é passageira. abs.
A impressão que me passas é que teus mortos estão vivos enquanto tu te entregas a morte. Perdão pela sinceridade. Tens o dom da expressão. Mas és triste e soturno. Desperta também para a alegria e a luz. Carinhos
o tempo, sempre carrasco e frugal.
belas palavras aqui...
saudações do cárcere
Oi Douglas!
Sempre encontro boa leitura por aqui.
CC.
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