Os que amamos partem quando menos esperamos, sem deixar um aceno, um último adeus, uma imagem sólida pra nos estancar a solitude do peito – somos pegos de surpresa e ficamos entregues ao que não entendemos. Os que amamos recortam nossa vida em doze minúsculos pedaços descoloridos, um pra cada mês dos anos que restam – ciclo infestado por ervas-daninhas e entardeceres anestesiados. Nossas preces não são ouvidas e rumores habitam nossos porões. A cada passo que damos nos aproximamos mais daquilo que tememos [a verdadeira agonia está na permanência da vida tatuada na morte, em tudo que fica desocupado demais pra saber-se perene – naquele único sopro de nós mesmos resguardando a lucidez]
sexta-feira, outubro 21, 2005
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8 comentários:
"Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos."
Shakespeare
Um abraço.
Fernando.
Nos nossos
dias
entram dúvidas e pesadelos
terrível solidão
de certas horas
Um amigo
um amor
coração abandonado
na dor
flutuando
como um peixe
sem sopro de vida
calor
dentro do frio
tentação de levantar andaimes
entrar em “obras”
instalar
em cada dia
um “problema”
e dourar
o “problema”
de cada dia
Ter a magia de alterar as coisas
e
sentir o sol
novamente sorrir...
Beijinhos
sabe q às vezes eu prefiro assim... não guardar o último adeus... assim eles não vão embora nunca.
Todo dia e aprendemos o sopro da falta, e desaprendemos em segundos. Através dos "Meus Rascunhos" do Palma.
Bom estar aqui. Meu beijo.
Os que amamos recortam nossa vida em doze músculos
por veses penso como a priscila, se nao me despedir é como se nao houvesse partida, pelo menos reconforta pensar assim
beijo
Sim
rumores habitam nossos porões.
Muito bom!
Abraços do CC.
Quando partem, de alguma forma partimos também. Quando partimos antes, nos acompanham. É um ciclo triste e real. abs.
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