Do meu deus que me espera, nada posso ter. Do batismo que não lembro, meu nome me carrega quando esqueço de mim. Poucas linhas estão vagas, as palavras cansaram da gente – dor, esperança, perdas, ambições, tudo isso cansa, e as palavras cansaram. Que descansem então onde eu não possa alcançá-las. São cores mudas no meu jardim de flores mortas. Pássaros cegos no meu paraíso insone. Anjos doentes sob a luz do martírio [meu inferno será teu eco, meu poema oco de ti]
Dos meus dias entrincheirados trarei as estrelas dos teus poentes. Minha solidão é o ponto que me mantém lúcido, o lugar exato da redenção. Minhas madrugadas contém horas ímpares, horas vagas por onde procuro em vão a tua companhia. Entreguei a ti os meus desígnios. Abri buracos no céu pra que tu pudesses respirar. Menti orações. Adormeci segredos manchados de fé e testemunho. Meus caminhos tortos. Minha vida mundana [e agora, o que fazer se não estás mais aqui?]
Dos meus dias entrincheirados trarei as estrelas dos teus poentes. Minha solidão é o ponto que me mantém lúcido, o lugar exato da redenção. Minhas madrugadas contém horas ímpares, horas vagas por onde procuro em vão a tua companhia. Entreguei a ti os meus desígnios. Abri buracos no céu pra que tu pudesses respirar. Menti orações. Adormeci segredos manchados de fé e testemunho. Meus caminhos tortos. Minha vida mundana [e agora, o que fazer se não estás mais aqui?]
Alcancei o vento e fiz do musgo tempestade.
Sou um homem de palha.
Eu sei fingir sorrir.
Eu sei fingir chorar.
8 comentários:
"Minha solidão é o ponto que me mantém lúcido." Grande, Douglas, passagem maravilhosa e certeira. abs.
senti a palha aqui dentro, espalhando, não tem jeito, ou amor-teço ou amorteço. Bjo.
OÁSIS
"Como saber se um oásis
é uma miragem ou não,
se somos dois camicazes
que não conseguem jogar o avião?
Como chegarei bem perto
da fonte onde nasce o desejo,
se existe um grande deserto
na frente dos olhos que eu vejo?"MOSKA)
um beijo moço...fique bem
Desapareço, mas quando volto, venho correndo ler vc...
E sua sensibilidade é recompensa...
Sabes, como poucos, lidar com as palavras e jogar com os ritmos da linguagem.
..
hábraços
Douglas
Que texto... que sentir!!!
O chão da palavra
mostra a tristeza
o olhar fácil
do horizonte
numa manhã de silêncio
o corpo
se resume
a um sonho só
como se fora um sol
e precisasse
de aquecer o mar...
Beijinhos
Oi Douglas!
Gostei!
Abraços do CC.
Desta vez você se superou, poeta. Um texto irretocável, pesado, cru, tenso... haja adjetivos.
Saudações do Cárcere
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