quarta-feira, março 16, 2005

Desfaço-me na metrópole cercada de rios. Tenho meus dias contados, num crescente abandono de fé e quedas – meus vôos me levam ao abismo, onde o ar expele cores abafadas e não há lugar para salvação. Minhas poesias são arremedos pretensamente bem articulados [palavras vestidas com uma dor disfarçada – Falsa! Enganosa! Dor feita de mim. Uma dor desnutrida. Dor que demora a sangrar] Estou perto demais da distância que escorre pelas memórias, perto demais [o cheiro dos corpos em êxtase agora é implacável tortura] Amaldiçôo pra todo o sempre o luar que pôs em mim os teus olhos – maldito luar que num repente veio te apagar, deixando um vazio cirúrgico que não me permite amputar as tuas marcas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Mano...tudo o que está nessa página é muito , mas muito lindo...eu não sei explicar mas consigo sentir o que você escreve...qdo leio..eu sinto, sendo dor ou felicidade. Você é muito bom nisso.Parabéns. Certeza que vou querer seu livro. Te amo