sexta-feira, março 06, 2009


I

contenho a perda de mim
atravessado pela febre gaguejante
dos cimos nus ao meu redor

II

mortos pai e mãe escapo-me filho
sou um barbante enrolado
no dedo magrelo de deus

III

despertos medo e ternura avanço-me resto
sou o risível costurado ao perdão
que jaz estampado nos olhos de deus

4 comentários:

  1. Gostei um tanto da ideia de ser um barbante nos dedos de deus. Tão frágil, a situação, e tão manipuladora ao mesmo tempo.

    Um abraço.

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  2. não somos mais que isso, de facto.~
    muito belas, as palavras. beijos

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  3. bonito

    na falta de textos de 2011, leio os antigos, sempre lindo aqui.

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