segunda-feira, maio 21, 2007


o céu
já não alcança a encosta do mar,
murmurou o ancião dos ombros caídos,
ao afastar-se da multidão assombrada
daquela cidade cravada no meio do nada.

(veio tempestade,
prenúncio de centenas de línguas partidas pelo ódio
e inundadas pela fome das palavras-ruídos
que aos homens desfeitos sob a imagem de anjos,
imprimiu a marca irrevogável do medo)


o céu
já não comporta tanta miséria,
gritou o menino rabiscador de auroras,
ao correr entre a multidão desatenta
daquela cidade sepultada no meio do nada.

(veio pôr-do-sol,
epitáfio da felicidade encarcerada pelo rancor
e paralisada pela carência das cores-paisagens
que aos homens forjados sob a imagem de deus,
transfigurou os menores sinais de esperança)

5 comentários:

  1. e veio de novo o amanhã resplandescente... :)
    Belas as tuas palavras, forte a tua imagem!
    beijo, poeta

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  2. Ho visto i tuoi blog.
    Preferisco le foto ai disegni.
    Belle le foto!
    Ciao

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  3. do nascente ao poente, uma beleza.

    "menino rabiscador de auroras": fantástico

    [jb]

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  4. O céu ainda cobre a encosta do mar :-). Na noite brilham as palavras que aqui leio. Sabem a estrelas.
    Beijo.

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  5. http://casoual.wordpress.com/2007/05/08/trans-figuracao-vi/

    abrs.

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