sábado, setembro 23, 2006


alcanço mais um ano
esfarelo a esperança
impedindo-me de alcançar
o rastro do poente
as sobras de rio
[hoje, sou um rabisco no caderno de desenhos
que nas mãos de menino
outrora fiz nanquim]

sepultadas as cores
poesia transparece medo
diante da morte fielmente postada ao nosso lado
sabedora de que deus nem sempre está
disposto a ocupar-se de nós
[hoje, inicio um ciclo há muito planejado
pra nos escombros do homem
imperar a indiferença]

12 comentários:

  1. "nos escombros do homem
    imperar a indiferença"... Isso é trágico e bonito... Gostei muito dessa foto, não imagino como foi possível fotografar assim. Muito bom.
    .
    []´s!

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  2. Espantalhos mambembes, fantasmas indisfarçáveis, venham! Apareçam!
    Arco-íris acinzentados, carrosséis despedaçados, faísquem e girem enlouquecidos! Brilhem!
    Em tudo haja movimento perpétuo de luz e cores! Há uma festa acontecendo, não vêem?
    Em Belém, um anjo de asa quebrada e olhos tristes desafia os deuses implacáveis que querem envolvê-lo com a capa rude e enrugada da senescência e morte!
    Venham! É para ele a festa!
    À sua frente, o abismo indecifrável da vida está aberto!


    ...quero te festejar

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  3. belo poema, principalmente a segundas parte. feliz aniversário, poeta.

    sds

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  4. O fascínio das sombras nos alcaça perene, sempre descobrimos outro escombro no vazio que nos informa ao mundo. Somos sempre outros refletidos nas sobras de um rio qualquer rio que nos ocorre corrente.

    Abçs poeta, sempre inefáveis as suas imagens.

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  5. Ás vezes me escondo na falta de cor, mas... acho que você, como eu... tem asas coloridas.

    Beijos.

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  6. bem legais af fotos, bem originais... parabens!

    abs

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  7. morte
    postada
    plantada
    no dna

    A certeza do mergulho no mistério assusta.

    Abraço das Minas.

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  8. belo e forte como sempre. Parabéns caro poeta! (eu fiz uma semana antes)
    Beijos

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  9. grande poema,
    tempo sem vir aqui,
    continuas me dizendo muito
    abraços
    Rubens

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  10. to acompanhando... isso é bom, heim!

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