sábado, julho 15, 2006


o sol nascente trazia cores dentro de caixas de papelão
e ninguém te escutava;
sobre as páginas em branco eram sonhados lugares que as mãos
esqueceram antes de ti;
foi preciso destrancar a porta e trazer todos de volta às paredes deste
quarto limpo demais;
TODOS
(os teus bichos feitos de sombras
as tuas brincadeiras de menino
a chuva
& os girassóis
tudo esmiuçado
estudado
analisado
explicado
rotulado
olhado por dentro
– mas eles não saberão
que o lado mais esquisito
é o lado de lá
onde a dor
não te alcança
e as madrugadas são
pirilampos
com asas relampejadas)

6 comentários:

  1. Grita o não-parto, a dor do ser e os sentires plenos.

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  2. A-con-te-ce, meu caro
    que o lado de lá
    não merece
    pirilampos
    assombros
    girassóis.

    Menino de dentro
    da caixa
    teus sóis
    de papelão

    teus ais.

    Ah,...

    Abraços, poeta

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  3. Retornei de uma pequena viagem e como num grito tu agita essa pobre alma.

    hábraços,poeta

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  4. Como sempre, Douglas, tua intensidade é envolvente. Impossível não ficar impassível dentro da tua escrita. Sentia falta de estar aqui. Meu abraço fraterno.

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  5. já li e reli. fico muda de tanto sentir...

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  6. memórias como a um "Poema Sujo" como o de Gullar... não é?

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