quarta-feira, setembro 14, 2005


continuo escutando a exatidão das coisas que não foram. exatidão cianótica, feita de golpes secos sobre meus ossos[traumatismos da minh’alma] sei que não tive como lhe dizer adeus e nem mesmo lembro do último instante da sua presença – quando cheguei em casa, ainda criança, o quarto tinha o peso do silêncio a velar memórias. a vida se dá em instantes. a morte é-nos servida em pedaços. a vida encontra-se na morte. a morte digere a vida. a vida remonta sobras. a morte desfaz caminhos. a vida suspira. a morte, jamais.

9 comentários:

  1. "a vida se da em instantes"
    Você acredita se eu te disser que tenho pensado nisso os ultimos dias? Só não tinha encontrado a expressão certa. É bom se ler em outros. Abraços...

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  2. Madrugada gelada em Caxias do Sul, RS. Venho lê-lo. É bom.

    Beijos do CC.

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  3. Seu texto me fez pensar o quanto nada é pra sempre... certeza que já tenho encravada na minha alma, mas hoje, especialmente hoje, vivo latente nas minha veias.

    Um berjo da amiga que está longe.

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  4. Perfeito contraponto vida e morte neste texto. Tirou palavras da minha boca, poeta. Belíssima poesia em prosa.

    Saudações

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  5. " a morte é-nos servida em pedaços ". Lembrei uma letra do F. Brant; "morri a cada dia dos dias que vivi", em Conversando no bar. Texto para pensar e viver com toda a intensidade dos nervos e da carne até os os ossos quebrarem, cansados. abraço.

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  6. a gente quer acreditar em tanta coisa! sobre a vida...sobre a morte...mas a verdade é que a morte nos leva quem foi. e isso dói! um abraço

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  7. Não sei se vc gosta , mas seu estilo me lembra Margherite Duras, que eu adoro - um tanto cinematográfico mas de uma maneira bem pessoal.
    Beijos. Até mais.

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  8. Perdão. Digitei errado. O endereço do meu blog é http://fabricadepoemas.zip.net

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