terça-feira, maio 11, 2010

sobras de um livro porvir



I
refugiar-me aqui
onde não há mais traços de você
e ao silêncio aferrolhar o inverno
para que o tempo recue
limpando de mim toda cicatriz


II
relembrar-me aqui
onde ainda sou você
é desmesurar o que perdoa
esqueletando o destino
para levar de mim todo sonho


III
brincar-me aqui
entre os girassóis que teus cílios plantei
é carrosselar feito criança
que descobre em seus dedos
ninharal de arco-íris

6 comentários:

  1. refúgios duram com insuficiência de maneira a não proteger contra algumas lembranças mais perturbadoras. água a minar pela areia. amargor. justo castigo.

    ResponderExcluir
  2. Refugiar, relembrar, brincar são capacidades que temos de auto-tecelagem. Antes disso vejo-me em retalhos.

    ResponderExcluir
  3. amigo esquilo...gosto demais quando vc vem aqui!!!

    ResponderExcluir
  4. brincar-me aqui entre os girassóis...e suas poesias me iluminam.

    Abraços

    ResponderExcluir
  5. Douglas,

    Sua poesia bate meu véio.
    Bem construída, imagens fortes... Além disso senso estético na forma e conteúdo. Forma é conteúdo, de uma maneira bem feita, onde o poema tem forma apolínea e o conteúdo dionisíaco.

    Sou esposo da Maeles Gesleir.

    Você e bom poeta.
    Você é professor de Literatura?
    Sou professor de História, estou lendo Olga Savary, que Rodrigo de Souza Leão me apresentou antes de morrer, ele era meu amigo e irmão, OLGA É O MEU PROJETO DE MESTRADO, OS HAIKAIS DELA. SOU HAIKAÍSTA.
    Por favor me diz seu email, manda no meu: camal567@gmail.com
    Vou te mandar meus livros que coloquei em pdf pra você.

    Parabéns e vamos em frente.

    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  6. querido d., venho pela necessidade.
    e suas letras enriquecem de detalhes as paredes de minha caverna.
    você sabe: seu companheirismo significa muito para mim.
    e que você é a única pessoa a quem posso me mostrar sem capuz.

    ResponderExcluir