quinta-feira, dezembro 17, 2009



cantiga à vó nazaré
in memorian


I
a doce vó partiu
e aquela manhã vestida de luto
sobre nossos ombros desabou
a imensidão do céu
.
II
a morte fratura memórias
ossada abandonada por deus
porque já não temos para onde ir
porque já não há mais a quem falar
.
III
vó,
diz-nos então de que vale agora
prece lamento e pranto
se miseráveis que somos
há muito de ti fizemo-nos distantes?

.
IV
vó,
não te abracei porque frio
não te escuto porque ímpio
não te mereço porque são

2 comentários:

  1. "a morte fratura memórias
    ossada abandonada por deus'
    Belo poema,
    amém
    bjo!

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  2. oi, dedê. dessa tristeza bonita suave acabou que lembrei de um causo não triste: em que outra vó fora surpreendida pela subtração de uma sopeira de porcelana chinesa que ela (a vó) ganhara da baronesa. ela se prestou a chorar.
    "não chore, não.. . viu, vovó? não fique triste, não... viu, vovó?" ALD

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