sábado, novembro 01, 2008

"prelúdio ao homem de palha".(não-livro) tomo I


ao carlos sousa de almeida


praestantia


há um nada
a corroer-me a vigília

espaço turvo
entre os mortos
os que ficam
os que vagam
dentro de mim

eu gestei o sonho
do qual são vocês
apenas a pálpebra


há rezas caducas
só ouvidas quando noite

ponte atada
ao desassossego
dos que imolam
dos que arrefecem
alheios a mim

eu pari a sentença
da qual são vocês
apenas o verbo

6 comentários:

  1. domino merito inlustri et debito a me honore dignissimo Douglas in domino salutem: «cum quanto prestamento dome é que a ayades et pessuyades;» alii quid dicunt?
    vale et gratias mille. tuus lector...

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  2. Olá!

    Gostei disso, de verdade.

    Um abraço,

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  3. maravilhoso!
    cada trecho... me faz ver imagens...
    beijo

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  4. o Carlos merece. nós merecemos o poeta que és.

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  5. ser verbo ou pestana de teu poema, meu caro, é mais-que-honra: glória inexata. Abraço,

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  6. Eis o canto das "memórias baldias" do post lá de cima... Dor-de-céu- cinza. Abs

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