segunda-feira, setembro 15, 2008

"prelúdio ao homem de palha". (não-livro) tomo I


obscurum est



- há traidores entre os que ficam.

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- estendo-lhes a mão, num gesto apiedado?

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- têm medo, escuta-os.

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- caída a noite, definham agarrados aos sonhos que não possuem. trazem na boca o sopro da desventura e em seus ossos crescem larvas pegajosas, arrodeadas pelo desamparo.

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- dissésseis seus nomes e já teriam partido?

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- anciãos, aqui chegaram e aqui ficarão até a morte. pios, sussurram antigas preces.

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- arranco-lhes os olhos?

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- deixa-os, a fé lhes rapinará o arrependimento.

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- sê clemente.

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- erguerei pontes entre falsos céus. penetrarei-me do verbo. selarei-lhes o próximo alvorecer.

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- anjos anunciarão teu nome.

6 comentários:

  1. lindo o enquadramento desta imagem
    beijos

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  2. oi d.
    tudo bem? por aqui, nada de novo debaixo do sol.
    os posts estão ótimos!!
    abraços..
    gabi

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  3. Olá!

    Há sempre "traidores" entre os que ficam. E existe o arrependimento, e existe o perdão. ou não.

    beijo,

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  4. o perdão aos traidores e o engradecer da lama que o concede!
    Belas as tuas palavras, como sempre!
    beijo

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  5. engrandecer da alma que o concede* :)
    mais beijo

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