domingo, agosto 31, 2008

"prelúdio ao homem de palha". (não-livro) tomo I


agnus dei


- cheguei até aqui à revelia de deus. não pretendo voltar.

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- cobra um preço, a felicidade?

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- carrego em meu bolso hóstias que não aceitei. era tarde, minha mãe havia morrido e do meu pai sobraram arremedos. cresci só. cedo perdi meu único irmão.

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- cobre-nos de silêncio, a esperança?

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- contemplam-me os homens. buscam em mim respostas que aliviem a insignificância da vida quando trilhada ao avesso. demência. demência é o que revela a alma de cada um.

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- abençoa-os então.

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- escuta: devolvo aos que ficam o trigo. roubo-lhes a fome. aurora por chegar.

5 comentários:

  1. abençoado sejas pelas belissimas imagens e pelo bom gosto por esse tipo de literatura

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  2. você viu que os títulos dos teus blogs formam um poema? eu vi. e o Leminski também.

    abraços

    [jb]

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  3. Olá!

    Eu continuo gostando daqui.

    beijo,

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  4. Devolvam-nos, os homens
    suas cem esperanças.
    Há a saudade que dita
    - fome de hóstias
    não permitidas -?
    Minha mãe partiu
    sobre os trilhos
    E eu nunca soube
    de que lado
    vim.

    Abraços, poeta

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