domingo, março 12, 2006



Vento,
Escuto teus deuses no meu peito
E mesmo assim estou só.

Vento,
Assobias meu destino nas janelas
Mas eu não sei escutar.

Vento,
Leva minhas dores embora
Que eu juro nunca mais sonhar.

Vento,
És quem escapa pelas ruas estreitas da minha cidade
És quem adormece nas velhas mangueiras da minha cidade
És quem sobrevive aos olhos esquecidos da minha cidade

Vento,
Acolhe na tua grandeza embravecida
O meu império de um só
E crava no teu silêncio sem peso
As manchas da minha alma errante

Vento,
Ouve meus cantos
Aninha minhas preces
Que eu te ensino a ser criança
Que eu te ensino a cirandar

6 comentários:

  1. [Vento, rajada
    Quando sopra
    Bate nos cabelos
    E arrepia os pêlos
    E esfria o corpo
    mas aquece a alma]


    És belo, como sempre!

    ResponderExcluir
  2. quem ama nunca está só...quem tem essa chama, nunca está só...quem sabe ouvir o vento, nunca está só. Tu poeta, nunca estás só, pois que tens tua poesia!
    abraço forte
    teresa

    ResponderExcluir
  3. o vento é ciranda...leva o velho tras o novo... tras o velho de novo... e de novo e de novo...
    um beijo

    ResponderExcluir
  4. Mais uma vez, lidando com as palavras em ritmo e forma de ode. Um excelente elogio aos deuses.

    hábraços

    claudio

    ResponderExcluir
  5. O vento
    das cirandas
    das ladainhas levadas
    (ventadas?) ao longe
    - profissão de fé
    dos insensatos -.
    Redemoinham as palavras
    e eu penso
    num vento norte.
    Sorte
    é se deixar levar.

    Abraço, poeta dos ventos desta cidade que um dia conhecerei.

    ResponderExcluir