quinta-feira, setembro 29, 2005



Pela boca, setembro escapando de mim – as cores da primavera recolhem sobras do destino como se fossem velhas carpideiras sem lágrimas pra chorar. Há dor em demasia aqui, e as paredes do meu quarto já não conseguem isolar o que sinto do que inventei para sobreviver anulado [a infância descalcificada em meus ossos olha direto nos olhos da dormência e some] Meus instantes silentes são pequenos deslizes de humanidade dentro deste coração esvaziado por trinta e oito anos da mais absoluta frieza[as tormentas que obstruí, as alegrias que abortei, todas, cobram seu preço agora]

8 comentários:

  1. o mesmo eu (quase)poderia dizer por aqui.
    um beijo, Douglas.

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  2. E o porvir... como será, já que até aqui, podou tanto de si??? pensar em alimentar sonhos, transforma-los em realidade, querer o impossivel e transforma-lo em real, tanto a se fazer, tanto a buscar, bóra???... beijos pra você.

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  3. a vida sempre cobra seu preço né? mas li hoje algo tão bacana: "Acho uma mesquinharia a vida exigir merecimento."...foi aqui:http://minicertezas.blogspot.com/... mas ela exige,,,mesquinha ou não, ela exige... um beijo

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  4. Pagamos caro, às vezes...
    Muito lindo isso...

    Bjo

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  5. E ás vezes, o preço é muito alto. Abs!

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  6. Tente não abortar outras (alegrias). Só percebemos oportunidades quando elas passam

    Bela imagem!

    Abraços.

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  7. DouglasTua poesia é tão triste, como se alimentasse da dor e sem dor nada escreverias. Quase masoquista.
    Já falei por aqui que escreves lindamente, hoje digo que te dóis demais.
    Que direito tenho eu de pedir-te que brinques mais com a vida, que digas a dor que mereces recreio. Que quem partiu e fez teu abandono deve espiar-te muito triste, querendo que vejas a luz. Nem tudo são flores mas existem jardins mesmo que tenhamos que plantá-los!
    A gente merece ser feliz mas temos que abrir as cortinas do quarto escuro para iluminá-lo.
    Um abraço

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