quarta-feira, março 25, 2009

são paulo


o esqueleto dessa cidade
[tão grande, meu deus
....................................... tão grande]
.
é feito de pessoas
que sorriem ao contrário
e remoem terços de mísera fé
sentadas em cadeiras de balanço
frente a janelas fechadas
nascedouros de horizonte algum

sábado, março 14, 2009

I
à sombra do homem
respiro-me árvore
raiz no solo do medo que sou

II
reconheço-me no murmúrio distante
dos pássaros que entre a aurora e a tristeza
em busca de abrigo aqui chegarão

sexta-feira, março 06, 2009


I

contenho a perda de mim
atravessado pela febre gaguejante
dos cimos nus ao meu redor

II

mortos pai e mãe escapo-me filho
sou um barbante enrolado
no dedo magrelo de deus

III

despertos medo e ternura avanço-me resto
sou o risível costurado ao perdão
que jaz estampado nos olhos de deus