domingo, março 30, 2008

saberá a tarde que finda, ó pai
no ventre da noite
fazer-se aurora?

quinta-feira, março 20, 2008

começaram a apodrecer
pai, mãe, avós
a casa toda de uma só vez
e riram de si
e nós também

quarta-feira, março 12, 2008


pro rubens da cunha
I
permaneciam os corpos
escorados sobre ângulos
mudos

II
da alma não mais sabíamos
curar-lhes os pesadelos
malsãos

III
mortos estão
velemo-los libertos dos anjos
medrosos

IV
em memória guardá-los
volver ao medo uma prece
malsim

segunda-feira, março 03, 2008


descobrira com a morte do avô
que ao respingar nos telhados
memórias deixadas para trás
a chuva escreve o destino
de cada um de nós

(deságüe do céu
àqueles que ficam
revela segredos
nascidos dos anjos)